Sobre Nós

Farmácia Batista Santarém

A Farmácia Batista localiza-se na Rua Serpa Pinto 101/ 103, no centro histórico da cidade de Santarém e é considerada uma farmácia centenária e prestigiante da cidade.

A Farmácia tem como proprietária e Diretora Técnica a Dra. Maria Manuela Estevão e nos seus quadros constam mais três farmacêuticos e quatro técnicos de farmácia.

CONFIANÇA TRADIÇÃO DISPONIBILIDADE EFICIÊNCIA

O horário é bastante alargado permitindo um serviço mais contínuo e adaptado ao dia-a-dia dos nossos utentes.

De segunda a sexta-feira das 8h30m ás 20h30m; ao sábado das 8h30 ás 19h30m e aos domingos e feriados das 9h ás 20h. O encerramento é feito apenas no Dia de Natal, no Dia de Ano Novo e no Domingo de Páscoa.

A Nossa Equipa:

Um Pouco da Nossa Historia

A farmácia Pai da Vida funcionava, em 1895, na rua Direita e pertencia ao farmacêutico Joaquim Francisco Pai da Vida. Em Março desse ano, a farmácia era a depositante legal do “elixir de Kola Phosphato”, preparado pelo farmacêutico Francisco A. Lopes, diplomado pela Universidade de Coimbra. O elixir custava 500 réis e era “recomendado pelos principais médicos no tratamento de anemias, debilidades e caquexias, convalescenças, enfraquecimentos originados por excesso de trabalho ou perturbações nervosas e digestivas, bem como no escrofulismo, raquitismo, nos períodos que exigem uma nutrição aperfeiçoada, tais como durante a prenhez e amamentação” (Correio da Extremadura, 30/3/1895, p. 3). Em Agosto de 1901, a farmácia Pai da Vida vendia a injecção antivenérea e anti-sifílis Costanzi.

Joaquim Francisco Pai da Vida nasceu em Valada, Cartaxo, era filho de Manuel Francisco Pai da Vida e de Libânia do Rosário e casou com a escalabitana Maria de Sant’Ana Nogueira Pai da Vida. Deste casamento nasceram quatro filhas: Amélia, Júlia, Maria de Sant’Ana (1892-1980) e Natália (1894-1900). Este farmacêutico faleceu entre 1902 e 1903, motivo que justificou a venda da farmácia a João Augusto dos Santos (1868 – Lobito, 8/5/1936).

A farmácia e drogaria Santos continuou a funcionar na rua Direita, números 155 e 157 e, a partir de 1905, tornou-se representante das “águas sulfatas e cálcicas” da Curia, utilizadas para uso interno e externo e vendidas em garrafas de litro ao preço de 200 réis. Dois anos mais tarde, a farmácia instalou um sistema de “esterilização de todos os artigos de penso: algodão, gaze, compressas, ligaduras, tampões, etc. Soros artificiais esterilizados e aparelho para a sua aplicação asséptica. Fazem-se esterilizações de roupas ou quaisquer outras que os senhores clínicos indiquem. Todas as esterilizações são feitas no autoclave de Sorel e os artigos de penso e roupas esterilizadas são transportadas em caixas especiais.” (Correio da Extremadura, 5/1/1907, p. 3).

Em 1908, vendia água do Sabroso, distribuída pela Empresa das Águas de Vidago, que “auxiliava a digestão” devido à sua pureza. Simultaneamente, também aceitava encomendas de gelo para tratamento de doentes, garantido a melhor relação entre o preço e a brevidade de entrega.
Entre 1910 e 1911, a farmácia vendia garrafas de água de S. Vicente, originária de Entre-os-Rios, a 90 réis, garantindo “resultados surpreendentes nas afecções dos órgãos respiratórios” (Correio da Extremadura, 31/12/1910, p. 6).

A 5 de Dezembro de 1910, João Augusto dos Santos estabeleceu um contrato de arrendamento do edifício da farmácia com o senhorio, o cónego António Carvalho.
Em 1914, a farmácia era sucursal da Companhia Portuguesa de Higiene Limitada, também propriedade de João Augusto dos Santos, sendo uma “casa, optimamente fornecida, encontra-se grande variedade de especialidades nacionais e estrangeiras, artigos de penso, esterilizados, ampolas e acessórios de farmácia” (Lux-Charitas. Número Comemorativo do Festival de Caridade nas Portas do Sol, 1924).

José Augusto Batista nasceu na Póvoa de Santarém, em 1881 e concluiu o curso de farmácia, em 1909. Em 1914, era o gerente da farmácia Santos que adquiriu em época incerta, antes de 1929.
A 15 de Junho de 1914, o saguão da farmácia sofreu um incêndio provocado por uma inflamação de álcool quando José Augusto Batista preparava bálsamo de Fioravanti. O incêndio alastrou a uns sacos de ervas medicinais e a um garrafão de 60 litros de álcool que explodiu, tendo provocado também estragos na mercearia de António José Gomes. José Augusto Batista sofreu queimaduras nas mãos ao tentar combater as chamas antes da chegada dos bombeiros municipais. Nesse período, João Augusto dos Santos residia em Lisboa mas mantinha-se associado à farmácia.

A 5 de Novembro de 1914, José Augusto Batista casou em Lisboa com Hermínia Lino de Sousa, filha do escalabitano a residir na capital, Joaquim Maria Lino de Sousa. O acto foi testemunhado pelo médico Francisco Barbosa Godinho e por João Augusto dos Santos. A 22 de Novembro de 1925, José Augusto Batista envolveu-se na política local e integrou a “Lista do Concelho” à Câmara Municipal de Santarém, apoiada pelo partido Republicano Nacionalista.

Em 1929, o horário da farmácia era das 8 horas às 21 horas, sendo o serviço nocturno semanal feito apenas naquela que estivesse de serviço e que devia estar iluminada para melhor orientar o público. A farmácia participou no concurso de montras dedicado à romagem ao túmulo de Pedro Álvares Cabral, em Abril de 1933, num período em que já se chamava Batista.
Entre os ajudantes de farmácia, encontravam-se os irmãos José e Manuel Batista Duarte, sobrinhos do proprietário e Joaquim Rodrigues Duarte. Este último estabeleceu-se a 20 de Julho de 1938, no número 84 da mesma rua, ao abrir a Drogaria Nova, onde se propunha “vender aos preços mais reduzidos todos os artigos do seu comércio, bem como especialidades farmacêuticas e drogas, em tudo fazendo os maiores descontos sobre os preços correntes do mercado” (Correio da Extremadura, 23/7/1938, p. 2).
Em Maio de 1942, a única filha de José Augusto Batista e da sua mulher Hermínia Lino Sousa Batista, Maria Cristina Lino de Sousa Batista casou com o veterinário e director do laboratório de análises da Estação Zootécnica Nacional da Fonte Boa, João Manso Ribeiro, filho de João Ribeiro e Etelvina Manso Ribeiro.

Em Outubro de 1956, o proprietário e director técnico da farmácia e das suas sucursais, José Augusto Batista, completou cinquenta anos de percurso profissional, sendo por isso homenageado pelos empregados. Na festa estiveram presentes os médicos Manuel Pereira Branco, Joaquim Pedro da Costa, Joaquim Malfeito Monteiro, Mário Puga, Fernando Guerreiro, Mateus de Sousa e Mário Pedroso da Costa. Os discursos ficaram a cargo do solicitador Miguel de Almeida Melo (1905-1969), do advogado Virgílio Arruda (1905-1989) e do proprietário e director técnico da farmácia Veríssimo, Amador Veríssimo (1888-1965). Os agradecimentos da família Batista pertenceram a João Manso Ribeiro. O convívio terminou com um “copo de água” servido pela pastelaria Bijou, após Maria Helena ter descerrado na farmácia o retrato do homenageado e seu avô.

Após o falecimento de José Augusto Batista, em Santarém, a 7 de Outubro de 1968, o casal Manso Ribeiro herdou a farmácia que ficou sob a direcção técnica de Maria Guiomar Pereira Coelho. Entre os produtos oferecidos encontravam-se “químicos, especialidades farmacêuticas nacionais e estrangeiras, perfumarias, artigos de toiletes e borrachas” (guia de remessa da farmácia). Nesse período, a firma “José Augusto Batista Herdeiros” também era armazenista de produtos farmacêuticos, situando-se o armazém na travessa dos Pasteleiros, números 6 e 8.
A única filha de Cristina Batista e João Manso Ribeiro, a médica Maria Helena Batista Manso Ribeiro (1953-), tornou-se proprietária da farmácia após o falecimento dos pais. Em 1992, a licenciada em ciências farmacêuticas, Maria Manuela Aguiar Estêvão, tornou-se farmacêutica e directora técnica da farmácia Batista que adquiriu oito anos mais tarde.

Teresa Lopes Moreira